“Ya de paz, ya de guerra”: desertores e fugitivos nas campanhas do Rio da Prata colonial

Autores

  • Hevelly Ferreira Acruche Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.46752/anphlac.22.2017.2667

Resumo

As guerras pela posse de territórios envolvendo portugueses e espanhóis têm sido tema relevante na historiografia nacional e internacional. No caso específico do Rio da Prata, a posse da praça da Colônia do Sacramento tornou-se um baluarte estratégico para lusos e hispânicos e seus estabelecimentos coloniais. Ao longo da segunda metade do século XVIII, conflitos envolvendo as duas coroas permitiram que um teatro de operações fosse organizado a fim de combater um inimigo considerado poderoso cuja derrota poderia representar o domínio da navegação dos rios no extremo sul da América. Nesse sentido, o objetivo central deste artigo é tratar do papel dos desertores das tropas portuguesas e espanholas no trânsito de informações sobre o estado de forças dos beligerantes, seu ânimo e as defesas dos impérios ibéricos coloniais às vésperas da chegada de uma expedição comandada por D. Pedro de Cevallos à Praça da Colônia do Sacramento e outras regiões do extremo sul português em 1776.

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Biografia do Autor

Hevelly Ferreira Acruche, Universidade Federal Fluminense

Doutoranda pela Universidade Federal Fluminense (UFF).  Bolsista pela Capes.

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Publicado

2017-08-24

Como Citar

Acruche, H. F. (2017). “Ya de paz, ya de guerra”: desertores e fugitivos nas campanhas do Rio da Prata colonial. Revista Eletrônica Da ANPHLAC, (22), 37–59. https://doi.org/10.46752/anphlac.22.2017.2667