Ferrer e Furtado: A formação econômica de um espaço comum (1959-1963)).
DOI:
https://doi.org/10.46752/anphlac.23.2017.2760Resumo
A proposta do artigo é comparar as obras La Economia Argentina, de Aldo Ferrer, e Formação Econômica do Brasil, de Celso Furtado com ênfase nos debates acadêmicos dos anos 1950-60 e privilegiando a visão que estes autores, situados no ambiente desenvolvimentista, lançam ao passado colonial. Nota-se que há contrastes entre os modos através dos quais cada um retrata o desenvolvimento econômico do seu país e para descrevê-los é fundamental estar atento ao período de produção dos estudos. No que tange à história econômica de ambas as nações, nos séculos XVI e XVII, eles apresentam a realidade colonial como um núcleo a partir do qual se configura o processo embrionário nacional, tanto no Brasil quanto na Argentina. Enquanto Furtado descreve o ciclo açucareiro no litoral que corresponde ao nordeste atual, Ferrer situa a atividade mercantil da área rio-platense no conjunto de territórios que formaram o Império Espanhol. Desta forma, revela-se o contraste entre a percepção de território vazio e de herança colonial ibérica. Almeja-se, por meio do cotejo das narrativas, evidenciar como estes intelectuais sul-americanos descrevem a trajetória de suas nações no contexto de meados do século XX.
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