“O que é normal e o que é louco?” A vida com transtorno bipolar na autobiografia em quadrinhos Parafusos de Ellen Forney

Autores

  • Yonissa Marmitt Wadi Professora Associada da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
  • Diego Luiz dos Santos Universidade Estadual do Oeste do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.46752/anphlac.24.2018.2948

Resumo

Parafusos: Mania, Depressão, Michelangelo e Eu, escrito e desenhado pela quadrinista estadunidense Ellen Forney, é uma autobiografia em quadrinhos na qual a autora narrou sua vida após ser diagnosticada com transtorno bipolar. A maior parte do enredo se passa entre 1998, ano do diagnóstico, e 2002, quando afirma ter alcançado “equilíbrio emocional”. O objetivo deste texto, inserido no campo da história da loucura e da psiquiatria, foi problematizar a narrativa de Ellen, no sentido de compreender suas próprias problematizações sobre a experiência com a loucura, especialmente a classificação de sua subjetividade pelo diagnóstico, sua busca por alternativas ao tratamento psiquiátrico medicamentoso, sua aceitação deste e a relação entre loucura e criatividade artística. Concluímos que a quadrinista teve uma dupla intenção ao transformar sua experiência em livro: uma de caráter pedagógico, que visou oferecer informações e companhia aos leitores que conviviam com o sofrimento; outra, de caráter terapêutico, que contribuiu para lidar com seu próprio sofrimento, construindo, assim, um novo sentido para seu presente.

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Biografia do Autor

Yonissa Marmitt Wadi, Professora Associada da Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Doutora em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e Professora Associada da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE, atuando no curso de graduação em Ciências Sociais e nos Programas de Pós-Graduação em História, Poder e Práticas Sociais e em Ciências Sociais. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq. Membro da Red Iberoamericana de História da Psiquiatria, do  Grupo de Pesquisa História, Cultura e Sociedade e do Grupo de Pesquisa História Cultural. Vice-líder do Grupo de Pesquisa Cultura, Relações de Gênero e Memória. Consultora e parecerista do CNPq, da Fundação Araucária de Pesquisa - PR e da Funcap - CE e de diversos periódicos científicos nacionais e internacionais. Atua na área de História, com ênfase em História Cultural e História das Ciências, principalmente nas seguintes temáticas: história da loucura e da psiquiatria, saúde e doença, gênero, história das mulheres, violência, auto-violência e crime, memória e escrita de si. É autora de Palácio para guardar doidos: uma história das lutas pela construção do hospital de alienados e da psiquiatria no Rio Grande do Sul (Ed. da Universidade / UFRGS, 2002), A História de Pierina: subjetividade, crime e loucura (EDUFU, 2009), organizadora de  Instituições de Assistência Psiquiátrica do Paraná - Inventário (Ed.UNICENTRO; EDUNIOESTE, 2012), Narrativas sobre loucuras, sofrimentos e traumas (Máquina de Escrever, 2016) e co-organizadora, com Nádia M. W. Santos, de História e Loucura: saberes, práticas e narrativas (EDUFU, 2010), além de diversos capítulos de livros e artigos publicados em periódicos científicos nacionais e internacionais.

Diego Luiz dos Santos, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Licenciado em História pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (2014) e mestre em História, Poder e Práticas Sociais (2017) pela mesma instituição. Tem experiência em pesquisas nos campos da História Cultural e História das Ciências, com destaque para a História da Loucura e da Psiquiatria.

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Publicado

2018-07-11

Como Citar

Wadi, Y. M., & dos Santos, D. L. (2018). “O que é normal e o que é louco?” A vida com transtorno bipolar na autobiografia em quadrinhos Parafusos de Ellen Forney. Revista Eletrônica Da ANPHLAC, (24), 281–318. https://doi.org/10.46752/anphlac.24.2018.2948