A mitologia de “La Catrina”: comunismo e arte na máquina de Rivera
DOI:
https://doi.org/10.46752/anphlac.025.2018.3037Resumo
O presente artigo tem como objetivo discutir acerca da apropriação tomada por Diego Rivera da figura de José Guadalupe Posada. Rivera é um dos principais responsáveis por transformar Posada em um modelo de “artista popular” ao encontrar na obra do gravador, mais especificamente em suas “calaveras”, uma força capaz de suprir e justificar seus anseios por um projeto estético voltado às massas e alinhado à sua própria percepção do comunismo. O modo com que Diego Rivera constrói uma narrativa acerca de Posada em muito se aproxima do que Furio Jesi chama de “máquina mitológica”. Por máquina mitológica, Jesi pensa um mecanismo que oculta o “mito puro” enquanto produz materiais mitológicos, mitologias. Nesse contexto, a “Calavera Catrina” de Posada serviu a Rivera na medida em que o resgate da obra de Posada, décadas após sua morte, reforça um projeto de “arte popular” com supostas raízes pré-hispânicas.
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