Cenários de interação e conflitos. O espaço missioneiro na Provincia Jesuítica do Paraguai (séculos XVII e XVIII)
DOI:
https://doi.org/10.46752/anphlac.26.2019.3364Resumo
A historiografia clássica sobre as missões jesuíticas do Paraguai referendou a ideia de ter havido, em territórios das atuais repúblicas da Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil, um espaço que se configurou como “missioneiro” (Figura 1). São especialmente conhecidos e reproduzidos em muitas imagens os remanescentes do traçado urbano dessas reducciones. Também teve amplo trânsito a noção de que elas haviam sido áreas homogeneamente guaranis, nas quais o trabalho diligente dos jesuítas havia moldado uma sociedade ordeira, estável e bastante isolada do seu entorno. Nas últimas décadas, contudo, novos trabalhos têm reconsiderado tais conclusões e apontado para a necessidade de redefinir esse “espaço missioneiro”. Passou-se a levar em conta, por exemplo, a sua permeabilidade bem como a presença nas reduções de outros coletivos étnicos, além dos guaranis. O presente artigo pretende desenvolver tal reflexão valendo-se de noções como porosidade, circulação e heterogeneidade para compreender o “território missioneiro”. Para tanto, privilegiaremos na análise as décadas finais do século XVII e aquelas que constituem a primeira metade do seguinte, momento que se considera como de “estabilidade” dessas reduções.
Palavras chave: espaço missioneiro, circulação, heterogeneidadeDownloads
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