Assassinar o animal: imagem sintomática e alianças subalternas em "Nós matamos ao cao tinhoso" de Luis Bernardo Honwana e "Vamos a matar los gatitos" de Álvaro Cepeda Samudio.
DOI:
https://doi.org/10.46752/anphlac.32.2022.3999Palavras-chave:
Imagem, Animal, NecropolíticaResumo
Este artigo apresenta um estudo comparativo entre os contos "Nós matamos ao cao tinhoso" de Luis Bernardo Honwana e "Vamos a matar los gatitos" de Álvaro Cepeda Samudio. O critério articulador é a morte ou assassinato do animal nas mãos de personagens infantis, como uma imagem sintomática que se refere a reiterações e divergências entre as formas de conceber uma experiência não antropocêntrica do humano em contextos pós-coloniais. Este documento pretende reflectir sobre a figura do animal como um sinal político que coloca em crise uma ordem baseada na distinção entre vidas a proteger, vidas a apropriar, vidas a descartar, e dá origem a pensar em formas de mobilidade, alianças e trocas entre espécies, além das fronteiras porosas entre as fronteiras material-espirituais, visíveis-invisíveis. Ao mesmo tempo, o objectivo do trabalho é tomar uma posição sobre uma tendência recorrente nos estudos literários comparativos da América Latina que considera, na sua maioria, critérios linguísticos e geopolíticos para estabelecer abordagens, dando maior peso às produções da costa da África Ocidental do que às da região africana do Oceano Índico.
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