O “comunista” e os “últimos cavaleiros”:
representações sobre Martin Luther King Jr. e o FBI nas cartas de civis para John Edgar Hoover (1962-1971)
DOI:
https://doi.org/10.46752/anphlac.37.2024.4189Palavras-chave:
FBI, Martin Luther King Jr., anticomunismoResumo
Este artigo tem por objetivo analisar as representações sobre Martin Luther King Jr. e o Federal Bureau of Investigation (FBI) contidas em cartas enviadas por civis para o então diretor da agência de investigação, John Edgar Hoover, entre as décadas de 1960 e 1970. Embora figura pública quase unânime em vários espectros políticos atualmente, King foi duramente perseguido e criticado durante sua vida. A partir disso, buscamos reconstruir os retratos constituídos acerca do pastor naquele período, bem como entendermos as articulações anticomunistas e racistas por trás dos julgamentos a sua figura e o papel do FBI e de Hoover nesse processo. Argumentamos que o anticomunismo e o racismo, longe de serem características de certos posicionamentos políticos da época, eram na verdade o modelo de inteligibilidade que dava sentido à realidade estadunidense, de acordo com parte significativa da população do país.
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