REFLEXÕES SOBRE A “NOVA HISTÓRIA INDÍGENA” E A HISTÓRIA AMBIENTAL XOKÓ DA ILHA/CAIÇARA NO SEMIÁRIDO DO ALTO SERTÃO SERGIPANO (1970 - 1990).

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46752/anphlac.40.2025.4275

Palavras-chave:

PALAVRAS-CHAVE: História indígena, Nordeste brasileiro, reexistência, Xokó da Ilha/Caiçara–SE.

Resumo

RESUMO: Escrever sobre a História dos povos indígenas do Nordeste do Brasil é, sobretudo, passar por reflexões e aprendizados de uma história carregada de luta e reexistência. Sempre lutamos para manter esse espaço ancestral, que, por muito tempo, foi e ainda é cobiçado por grandes latifundiários do sertão nordestino. A história Xokó, por exemplo, é sinônimo desse processo violento que iniciou no período colonial, atualmente, de vitória pós-retomada da década de 1990 — Decreto n.º 401, de 24 de dezembro de 1991 —, que homologou à terra indígena Ilha de São Pedro/Caiçara–SE. À vista disso, o objetivo do artigo é fazer um recorte mais recente e mostrar como se deu esse processo histórico de luta pelo qual passamos desde 1970 do século XX. Assim sendo, explicamos mediante metodologia de Longa Duração (Braudel, 2009) e análises de fontes bibliográficas de debates atuais da “Nova História Indígena”, da História Ambiental e, sobretudo, da História Oral quais foram as estratégias utilizados pelos Xokó na luta pela sobrevivência no semiárido sergipano, a fim de reconquistar o território indígena Ilha/Caiçara, enfrentando os "grandes do Sertão", para nos reafirmar e continuar nos reafirmados enquanto indígenas do passado, do presente e recuperar à terra Caiçara, no município de Porto da Folha, no estado de Sergipe.

PALAVRAS-CHAVE: História indígena, Nordeste brasileiro, reexistência, Xokó da Ilha/Caiçara–SE.

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Referências

FONTES E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FONTES DIVERSAS

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Publicado

2025-12-27

Como Citar

Martins dos Santos Xokó, I. (2025). REFLEXÕES SOBRE A “NOVA HISTÓRIA INDÍGENA” E A HISTÓRIA AMBIENTAL XOKÓ DA ILHA/CAIÇARA NO SEMIÁRIDO DO ALTO SERTÃO SERGIPANO (1970 - 1990). Revista Eletrônica Da ANPHLAC, 25(40). https://doi.org/10.46752/anphlac.40.2025.4275