As imagens de Simón Bolívar: do general iluminista aos usos do passado e das crônicas coloniais
DOI:
https://doi.org/10.46752/anphlac.24.2018.2885Resumo
Uma parte dos escritos do general venezuelano Simón Bolívar construiu uma imagem específica a seu respeito. Esta imagem, a do Libertador, dialogava tanto com a ideia do “homem de armas” quanto com a concepção do “homem das luzes”, letrado e racional. No entanto, a partir de uma releitura dos textos clássicos de Bolívar e da ampliação das fontes primárias do período da independência, como, por exemplo, o jornal Correio de Orinoco, é possível perceber a existência de um outro Bolívar. Os usos do passado e as constantes referências às crônicas coloniais do século XVI, dos escritos de Hernán Cortés e Bartolomé de Las Casas, revelam-nos que as narrativas de si, feitas por Bolívar, e os escritos sobre a independência da América, em pleno século XIX, estavam muito além da tradição iluminista e que, portanto, outros referenciais históricos e intelectuais foram importantes para a criação do discurso de ruptura da elite criolla frente ao domínio espanhol.
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