A A mestiza em Anzaldúa e ch’ixi em Cusicanqui
Proposições teóricas para além do "entre"
DOI:
https://doi.org/10.46752/anphlac.40.2025.4278Palavras-chave:
Gloria Anzaldúa, Silvia Rivera-Cusicanqui, Descolonização dos saberesResumo
O presente artigo propõe uma aproximação entre as concepções de mestiza em Gloria Anzaldúa, escritora, poeta e feminista chicana, e de ch’ixi em Silvia Rivera Cusicanqui, intelectual, sochóloga e ativista boliviana. Ambas oferecem perspectivas críticas sobre a mestiçagem e seus efeitos nas práticas sociais, culturais e políticas no contexto latino-americano. Enquanto Anzaldúa (1987) elabora a mestiza a partir da experiência fronteiriça México–EUA, marcada pelo multilinguismo e pela resistência às imposições coloniais, Cusicanqui (2010) mobiliza a perspectiva aimará de ch’ixi para problematizar a homogeneização moderna e afirmar a coexistência de diferenças em tensão. O artigo evidencia que essas propostas não funcionam como ferramentas analíticas, mas como epistemologias corporificadas que transformam pesquisador e objeto. Nessa via, desestabilizam a lógica binária do “entre” e abrem caminhos para pensar a pluralidade epistemológica e a descolonização dos saberes na América Latina.
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